2009/08/17

    Impressionava-me como as pessoas insistiam em reparar a velocidade do tempo. Hoje a noite foi rápida, nossa tarde está demorando, que manhã lenta... e assim iam os pensamentos perseverantes do povo em medir a passagem do tempo levados pela intensidade de seus sentidos.

    Em fim, rápido ou não o nascer do sol não poderia ser mais surpreendente hoje. Talvez este seja o ducentésimo que vejo este ano, contudo, ainda é surpreendente.
    Os tons de vermelho e dourado misturando-se aos montes no horizonte, as sombras como o fim de um manto escorrendo e desaparecendo na presença do portador de toda energia que prove vida e, por fim mas não menos importante, um insignificante eu sentado em uma pedra fumando um cigarro.

    Geralmente vivemos muitas noites durante a vida, muitos dias e muitas tardes. E geralmente também desfrutamos muito pouco dos mesmos dias, tardes e noites. Talvez por não saber como desfrutar, por não querer, por não conseguir, por não poder... e assim gastamos mais tempo reclamando do que não fazemos do que realmente procurando fazer algo.
 
    Tenho quarenta e sete anos e, proporcional a minha idade, vi poucos nasceres de sol. Entretanto os desejei, busquei e vi; mesmo que para isso tivesse que abrir mão de muitos pores de sol.

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