2010/04/18

Porque aquelas cores de suas rendas, próprias de sua vulgaridade, insistem em permanecer em meus olhos? Eu quero apagar meus sentimentos como todo o resto de minha memória para que nada em suspenso continue vagando em meus pulmões... me atrapalhando a respirar... impedindo-me de acordar.

E a cada vez meu corpo se mostra mais frágil e menores são as  minhas histórias. Lembranças cada vez mais intensas e cada dia em menor número. Qual será meu destino? Uma degradação completa de dor e portos sobrando somente um único sol em minha mente? E por fim quando nada mais lembrar minha vida se resumira no eterno reencontro com o passado que viverei no futuro.

E muitas e muitas vezes assim eu morri. E muitas e muitas vezes assim descobri que ainda não estava morto. Um eterno despertar de um pesadelo recorrente. Quanto tempo mais eu vou suportar? E porque, porque, porque aquelas cores das vulgares rendas de suas roupas íntimas insistem em permanecer em meus olhos?

Vinte e nove sois hoje me iluminam. Espero ser capaz de viver com somente vinte e nove estrelas no céu.