2010/11/29

Miss Butterfly



Dias comuns são só mais alguns dias nas nossas vidas. Dias incomuns são "aqueles" dias que fazemos questão de guardar na memória e relatar eventualmente para alguém... ou simplesmente para nós mesmos.

Era um fim de dia comum. Gripe de fim de ano, conversa ocasional com namorada, trabalho, estudo... O retorno a pé da faculdade fazia parte da minha rotina dês da época da graduação e aquele caminho por onde passei, eu conheço de cor!

Bem, o caminho eu sei de cor mas as pessoas mudam com o tempo.

Enquanto andava me concentrando para andar bem vejo um comum grupo de meninas do colégio próximo à minha casa andar de volta para casa, em minha direção, e nesse instante, enquanto uma elas se aproximavam de mim, uma delas tenta levantar o cabelo e ensaiar um olhar sensual enquanto me diz: _Quero te amar!

Risadas do grupo, risadas minhas, uma piscada reflexiva, uma ótima sensação de auto-estima elevada e um dia engraçado para por no papel. Acho que vou escrever um conto inspirado nisso: "Miss Butterfly".

Boa noite Miss Butterfly!

Adicionar imagem

2010/10/24

Ink Face

Psicolepsia...

Tinta tinta e borrando vai. É sempre assim, no início parece tudo igual. Traços simples, cores de sempre, qualquer forma de sempre gera impacto. Não vale a pena perder tempo em traços novos se o de sempre, sempre, é suficiente para satisfazer a todos.
Tinta, tinta e os cortes na face se vão. É difícil enxergar por de trás de tão grossa linha de expressão. Alias, é difícil enxergar uma linha de expressão hoje. Todos são os mesmos e patéticos bonecos de pano de sempre.
Tinta tinta... porque continuo a querer pintar mais?



2010/08/30

Minha mão estava, ali, estendida na direção da desconhecida. Eu, perdido entre sons e predições, estava lá: tentando não fingir não ter medo da vida infinita e realmente não o te-lo. Viver! Deixar o fluir do sangue inchar veias por sua cabeça e o palpitar do seu coração balançar seus pensamentos! Em que momento será esquecemos como é viver... mas, não havia mais escapatória: Ali, minha mão esperava uma resposta.

Naquele salão escuro, música ao fundo cobria o ambiente de um ritmo abstrato. Era alegre para quem buscava alegria assim como dramático ou até romântico. O estado de espírito guiava seus ouvidos. A música, só mais um parceiro na dança.

E meus ouvidos, já muito sincronizados com tal ambiente, não escutavam mais romance, drama ou alegria. Eles já estavam gastos e o único som que escutavam era um tremendo vazio que, raramente, transformava-se em doce melodia. A melodia da companhia era rara e tinha um custo alto para mim.

(continua...)

2010/06/15

Em meio a notas de rodapé e tons sensuais rondando minha mente, costumo vislumbrar sonhos presentes não vividos. Espalho tintas pelo chão e brinco de encontrar formas desconexas como nossas vidas desligadas.
Nosso contato não existe mas nossos laços são reais. 
Ali, perdido em uma aquarela de intensos sentimentos conforto o meu coração ao tocar o seu coração rubro no papel.

.....

Abra a porta, deixa sair esse sentimento e encher seu quarto de prazer. Estreite os passos, permita-se viver esses momentos sublimes, raros, quentes e desejados na vida. 
Feche os olhos. Encontre mais que a realidade a sua volta. Vislumbre o mundo interior e a loucura magnífica do amor em sua vida. 
Amor que cede e toma, amor que acolhe e se doa, amor que cria e destrói bons e maus caminhos na vida. 

Permita-se!
  


2010/04/18

Porque aquelas cores de suas rendas, próprias de sua vulgaridade, insistem em permanecer em meus olhos? Eu quero apagar meus sentimentos como todo o resto de minha memória para que nada em suspenso continue vagando em meus pulmões... me atrapalhando a respirar... impedindo-me de acordar.

E a cada vez meu corpo se mostra mais frágil e menores são as  minhas histórias. Lembranças cada vez mais intensas e cada dia em menor número. Qual será meu destino? Uma degradação completa de dor e portos sobrando somente um único sol em minha mente? E por fim quando nada mais lembrar minha vida se resumira no eterno reencontro com o passado que viverei no futuro.

E muitas e muitas vezes assim eu morri. E muitas e muitas vezes assim descobri que ainda não estava morto. Um eterno despertar de um pesadelo recorrente. Quanto tempo mais eu vou suportar? E porque, porque, porque aquelas cores das vulgares rendas de suas roupas íntimas insistem em permanecer em meus olhos?

Vinte e nove sois hoje me iluminam. Espero ser capaz de viver com somente vinte e nove estrelas no céu.

2010/01/02

Estranho plágio...

Eu digo, não tenho mais palavas para contar. Como o amor pode ser áspero como as palavras do seu falar? Mesmo assim eu conto: prefiro amar que viver vazio. / Não fuja de mim. Não me deixe a imaginar seu olhar. Agora eu sei que o caminho, tortuoso para você e para mim, devagarzinho a mesma estrada pode tomar. / Deixe-me ver as mesmas estrelas que você vê. E tantos pensamentos que temos para compartilhar... a única verdade é que mesmo incertos podemos nos encontrar. / Não sei mais quem você é e o que está a viver. Mas eu quero a minha mão estender em uma simples idéia. Se a paixão e o amor cessar um dia em fim, em meus braços com carinho vou cuidar e abraçar-te até morrer.