2010/08/30

Minha mão estava, ali, estendida na direção da desconhecida. Eu, perdido entre sons e predições, estava lá: tentando não fingir não ter medo da vida infinita e realmente não o te-lo. Viver! Deixar o fluir do sangue inchar veias por sua cabeça e o palpitar do seu coração balançar seus pensamentos! Em que momento será esquecemos como é viver... mas, não havia mais escapatória: Ali, minha mão esperava uma resposta.

Naquele salão escuro, música ao fundo cobria o ambiente de um ritmo abstrato. Era alegre para quem buscava alegria assim como dramático ou até romântico. O estado de espírito guiava seus ouvidos. A música, só mais um parceiro na dança.

E meus ouvidos, já muito sincronizados com tal ambiente, não escutavam mais romance, drama ou alegria. Eles já estavam gastos e o único som que escutavam era um tremendo vazio que, raramente, transformava-se em doce melodia. A melodia da companhia era rara e tinha um custo alto para mim.

(continua...)