2009/08/24

Hoje vou publicar algo diferente: um trecho de uma longa conversa sobre volúpia corporal minha com um amigo meu. Apreciem com moderação.


Diogo,

    "Eu sou um devoto do dharma, e um seguidor do Buda
Shakyamuni. Dentro do ensinamento dele, ele deixou claro que nossa
mente não é dimensionada para experimentar a realidade como na
realidade costuma experimentar, e por isso sofremos muito.

    O que ele quis dizer é que sexo não é problema, que o contato e a
experiencia corporal não é errado. Mas pensar que o corpo, elemento
transitório e impermanente é fonte de felicidade e sabedoria duradouras
é pensar que uma labareba na palha pode aquecer para sempre. Antes,
ensinava ele, é preciso se desvencilhar dos apegos e da sensualidade
excessiva para desfrutar da real vivência do amor. E sim, preguem o que
pregarem, amor existe e sexo deve fazer parte do pacote. Eu vivo
errado, pois vivo na outra margem e contrario ao ensinamento que me
propus a seguir ao fazer isso, mas sei que o faço por ignorância, e
principalmente por ignorância da falta de autoconhecimento. Repudia a
qualquer coisa constitui tb um apego ao qual renunciar, entende? E esta
repúdia ao calor humano eu devo vencê-la, pois não se vive sem calor e
amor.

    Se você me perguntar hoje, o que penso de fato sobre a experiencia
corporal eu diria "Não sei, Diogo...", pois pensaria que "Não sei de
fato o que é o corpo... onde ele começa e termina, onde ele traz
experiencias e como traz...", e concluiria "preciso aprender isso...".

    Sei que você diria "comece deixando de ser teimoso..." e eu diria "preciso me conhecer melhor, e estou me esforçando..."
    Porque no fim, também quero ser feliz. Mesmo que eu ainda não saiba o que signifique "ser feliz"."

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