2008/10/14

Finalmente descobri, ou admiti, ser uma criatura do deserto.
Não importa o quanto serja espetacular a praça urbana ou atrativa aos olhos pueris aquela roça distante e cheia de árvores.
Com minha vontade ou não eu levo no coração o deserto de onde provavelmente vim. Talvez ainda tenha marcas, de outras eras e gerações, do povo o qual eu pertenci. Com sua pele vermelha e seus olhos escuros.
Entretanto, mesmo aqui na cidade, eventualmente eu consigo retornar meu espírito para o deserto. E lá encontro todas as coisas e pensamentos possíveis. Vejo eles em desenhos formados pelo vento na areia que vem e vão.
Se um dia eu for embora, realmente embora, voltarei para o deserto. Lá encontrarei com certeza a paz que sempre me perseguiu e nunca me achou.

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